Divagações: Invictus

Não é difícil admirar Clint Eastwood . Sua filmografia é invejável como ator e ainda mais como cineasta. Ele trabalha como ninguém e seus f...


Não é difícil admirar Clint Eastwood. Sua filmografia é invejável como ator e ainda mais como cineasta. Ele trabalha como ninguém e seus filmes são sempre bem vistos – pelo público e pela crítica. Eastwood pode não ser sinônimo de bilheterias gigantescas (como James Cameron), mas é uma figura querida que sempre está por perto, lançando filmes quase todos os anos (desde 1971).

Sua obra como diretor é conhecida pela delicadeza presente tanto nas temáticas escolhidas quanto na sua maneira como ele trabalha. Eastwood, americano, conhecido ator de faroestes e outros filmes violentos, é um gentleman. É impossível falar dele sem demonstrar carinho e admiração.

Invictus é um filme sobre um jogo de rugby. Não, é sobre um time de rugby. Não, é sobre um time de rugby em um momento histórico. Não, é sobre um time de rugby envolvido diretamente em um momento histórico. Não, é sobre um time de rugby envolvido diretamente em um momento histórico na África do Sul de Mandela. Não. Ainda não. Invictus é sobre um time de rugby que é um momento histórico na África do Sul de Mandela. E é um filme sobre Mandela, também.

Mandela (Morgan Freeman) é uma figura iluminada e idealista, não livre de defeitos, mas que representa a pessoa ideal para tornar a África do Sul um país democrático e unido, contendo minorias raivosas e ressentidas e, ao mesmo tempo, garantindo à população branca que também é o presidente deles.

Já o capitão do Springboks, François Pienaar (Matt Damon), é um jovem africâner comum, que também teme pelo futuro do país e pelo seu próprio. Mas que deu um voto de confiança ao presidente que o convidou para tomar chá e que o fez perceber a importância do esporte quando se trata de unir pessoas.

O livro em que o filme se baseia conta a história da Copa Mundial de Rugby de 1995, que aconteceu na África do Sul, um país que estava livre do regime de apartheid há apenas um ano, quando Nelson Mandela foi eleito na primeira eleição democrática do país. Dessa forma, “Invictus: Nelson Mandela and the Game That Made a Nation” é centrado na situação política e no que o rugby representa tanto para a população branca quanto para a população negra, utilizando para isso uma enorme gama de personagens (os entrevistados reais do autor, o jornalista John Carlin).

No entanto, o filme foca em alguns personagens perdendo um pouco de seu significado político e ganhando em dramaticidade e em emoção de jogo. No livro, você aprende muito sobre a África do Sul e seu povo. Mas só no filme você verdadeiramente torce pelo Springboks, por Mandela e pela África do Sul. Mesmo que você – como eu – não entenda patavina sobre rugby.

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1 recados

  1. Mandela não é livre de defeitos??
    O cara só faltou voar no filme, velho!

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