Divagações: Where the Wild Things Are

Existe uma coisa chamada delicadeza. E existe um filme chamado Where the Wild Things Are . Essas duas coisas se confundem, sendo a segunda u...

Existe uma coisa chamada delicadeza. E existe um filme chamado Where the Wild Things Are. Essas duas coisas se confundem, sendo a segunda uma excelente exemplificação da primeira. Sem exageros. Não cheguei a ler o livro (que, dizem, é o favorito do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama), mas passei o olho e vi que deve ser tão bonito e poético quanto esse filme dirigido por Spike Jonze.

Ele não é um filme para crianças, embora eu tenha certeza de que elas vão adorar essas criaturas um tanto quanto feiosas (chamadas de “monstros” no título em português e de “coisas selvagens” no inglês). A história não segue aquele padrão fechado de começo, meio e fim que as professoras de redação tanto cobram, mas, sinceramente, quem se preocupa com isso?

Basicamente, o filme mostra a fantasia (sonho/devaneio/epifania/realidade) de Max (Max Records), um menino sem amigos que mora com a mãe e a irmã. Sozinho, ele se fantasia, brinca, constrói iglus e tenta envolver as pessoas nesse seu mundo infantil – mas elas não se deixam envolver.

Chateado com a situação, Max se revolta contra a mãe e foge. Nessa fuga, encontra um barco e vai parar em uma ilha onde vivem criaturas inusitadas. O lugar é muito bonito, com árvores altas, uma praia bonita, sol e até um deserto. Mesmo assim, as criaturas não vivem em paz. Elas estão em conflito por causa de amizades, humores ruins, preferências e picuinhas diversas. Max decide interferir e é escolhido para ser o rei dessas criaturas – que podem ser fofas ou ameaçadoras.

O reinado começa bem, mas Max acaba se envolvendo naquela realidade problemática e individualista. Tudo isso, no entanto, é mostrado de uma maneira leve, com uma iluminação tão bonita que dá nostalgia da infância. Ao mesmo tempo em que Max cresce, você descobre como é bom ser criança. E relembra que, no meio de toda aquela magia, o mundo não era uma maravilha.

Para ver Where the Wild Things Are é preciso ter sensibilidade. É preciso manter o coração no lugar e a mente viajando por recordações e fantasias. Mas essa não é uma tarefa complexa, basta ser ou ter sido criança.


Obs.: Fique atento aos créditos, vão surgir uns nomes bem legais.

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