Divagações: Harry Potter and the Deathly Hallows - Part 1

Pronto, confesso, eu sou uma idiota. Tentei assistir Harry Potter and the Deathly Hallows: Part 1 com olhos de analista, de quem já viu mui...

Pronto, confesso, eu sou uma idiota. Tentei assistir Harry Potter and the Deathly Hallows: Part 1 com olhos de analista, de quem já viu muitos filmes. Não deu. Depois de horas na fila (abençoados sejam os lugares marcados), minhas pernas ficaram tremendo, mas não de cansaço, de ansiedade. Sim, estava acontecendo.

Harry Potter and the Deathly Hallows: Part 1 não é um filme completo. A história foi tão evidentemente cortada pelo meio que cheguei a esperar que um “to be continued” aparecesse na tela. Talvez só seja possível falar realmente desse filme em julho, quando a segunda parte chegar às telas. Mesmo assim, as cartas já foram lançadas.

Dessa vez, Harry Potter (Daniel Radcliffe) não vai para a escola de magia Hogwarts. A ameaça representada por Voldemort (Ralph Fiennes) está cada vez maior, inclusive com infiltrações no Ministério da Magia. Potter passou de herói a procurado, tendo que levar vida de fugitivo para não prejudicar aqueles que os cercam e, claro, para terminar a missão que lhe foi confiada por Dumbledore (Michael Gambon) – destruir Voldemort. Ao seu lado, como sempre, estão Ron Weasley (Rupert Grint) e Hermione Granger (Emma Watson), cada um com seus próprios dramas e temores.

Uma parte boa de dividir o filme em duas partes foi justamente poder explorar melhor os personagens secundários. O lado dos “malvados”, inclusive, também se encontra bem representado com Helena Bonham Carter, Helen McCrory, Jason Isaacs e Tom Felton na (linda) mansão dos Malfoy. A razão principal de haver duas partes, no entanto, é fechar a imensa quantidade de buracos deixados pelos filmes anteriores. Há dinheiro envolvido também, claro, mas procuremos pensar no que realmente é melhor para o filme (eu toparia uma exibição de quatro ou cinco horas só para não parar tudo na metade, mas tudo bem). Voltando para a questão, suponho que depois de completo esse venha a se tornar o melhor filme da série. A história é empolgante, os personagens estão bem desenvolvidos, o elenco está maduro e os efeitos especiais estão ótimos (reparem no tamanho da equipe que aparece nos créditos, é muita gente).

Um outro ponto que merece ser levantado é a quantidade de “fan service”. Esse termo designa as cenas com alguma conotação sexual, feitas especialmente para agradar os fãs interessados em ver seus personagens queridos interagindo, no caso, amorosamente. Creio que os “partidários” (acreditem, a palavra é válida) de uma grande parte de casais saíram satisfeitos da sala de cinema. Não é nada que atrapalhe muito o ritmo do filme, mas dá para notar bem quando a coisa passa um pouco do ponto.

O filme também é repleto de cenas que parecem ter sido filmadas com a câmera na mão. Esse recurso é bem aproveitado nas cenas externas e de perseguição, dando a impressão de mais ação e insegurança. O diretor David Yates manteve a palheta de cores que me incomodou um pouco em Harry Potter and the Half-Blood Prince, mas não tanto nesse devido à diversidade de cenários e ambientes abertos. É um filme menos claustrofóbico que o anterior.

Assim, no geral, Harry Potter and the Deathly Hallows: Part 1 é um filme que merece ser visto e revisto. É um bom entretenimento, embora não seja aconselhável para aqueles que não acompanharam a série, pois é a parte final, tendendo a concluir situações e dar respostas ao invés de procurar criar situações para prender o espectador (ele já está com os olhos fixos na tela automaticamente). Mesmo assim, o filme sabe utilizar o humor nas horas certas, criando – e quebrando – o clima de desespero e abandono para manter o ritmo. Resta saber se a próxima parte conseguirá fazer o mesmo, uma vez que deve incluir a tão esperada batalha em Hogwarts (o castelo pegando fogo na primeiro poster não é a toa).

Harry Potter and the Deathly Hallows: Part 1, de qualquer forma, se habituou facilmente à vida fora da escola. Já era tempo de crescer e se libertar de certas amarras. Até a trilha sonora de Alexandre Desplat pouco lembra as tão marcantes músicas que John Williams fez para o primeiro filme. Não que as novas sejam ruins, pelo contrário. O que acontece é que Harry Potter mudou e, com ele, os filmes também mudaram.

E que venha Harry Potter and the Deathly Hallows: Part 2! Esperarei com ansiedade.


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5 recados

  1. Bem, ansiedade é apenas um pequeno caso para a agonia que estou sentindo...

    Jurei de pé junto que não iria perder ele no cinema...

    Só vou assistir na semana seguinte, então, vou ter que segurar a ansiedade até lá...

    E que spoiler foi aquele no Twitter hein? (só para que você tenha noção, até os trailers eu parei de ver para que não veja as cenas antes do filme)...

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  2. Só esclarecendo, fanservice não designa apenas situações de cunho sexual, mas todo o desenvolvimento que não está ali unica e exclusivamente para agradar os fãs, não levando a um real desenvolvimento da história... Até podemos afirmar que os cameos do Stan Lee são um tipo de fanservice

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  3. Bem colocado. Realmente, a frase não foi tão bem formulada quanto deveria.

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  4. Nossa, Re. Não teria nada a acrescentar aos seus comentários. Isso do fan service tb me chamou muito a atenção. Até comentei com a Van algumas vezes "esta semana está aí só para agradar as garotinhas". Ainda assim, é um bom filme.

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  5. Não sei de onde tirei "semana". Por favor, substitua mentalmente por "cena".
    Thanks.

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