Divagações: Harry Potter and the Order of the Phoenix

Gente, eu esqueci completamente do feriado quando planejei publicar essas resenhas! Ou seja, acabei de me ver forçada a mudar um pouco o pla...

Gente, eu esqueci completamente do feriado quando planejei publicar essas resenhas! Ou seja, acabei de me ver forçada a mudar um pouco o planejamento. Vou postar duas resenhas normalmente hoje e na quinta-feira. Se tudo der certo, haverá uma na sexta-feira também. Caso eu não consiga escrever a tempo, a última resenha fica para segunda (eu vou ter um treco se não conseguir postar, os ingressos já estão comprados faz tempo).

Agora, ao que interessa: Harry Potter and the Order of the Phoenix. Depois de uma troca constante de diretores, ninguém imaginou que David Yates – que assume a cadeira nesse filme – comandaria a série até o final. Tendo trabalhado apenas em curtas e em filmes para a televisão (ok, ele fez The Tichborne Claimant em 1998), Yates parecia ser um diretor um pouco inexperiente para uma série com tanto dinheiro envolvido. Mas foi uma decisão estratégica: o diretor é um britânico sem necessidade de estrelismo nem de autoafirmação estilística. Perfeito para ser moldado de acordo com as vontades dos produtores. Não é à toa que, de repente, ele havia dirigido exatamente metade dos filmes do personagem!

Harry Potter and the Order of the Phoenix mantém a mesma linha do filme anterior, com a vantagem de ter um número menor de personagens novos (mesmo tendo um número razoável) e ser uma história mais de dramas interiores que de ação.

Nesse filme, Harry Potter (Daniel Radcliffe) ainda está absorvendo os acontecimentos do filme anterior quando coisas estranhas voltam a acontecer. O problema é que ele deixa de ser o queridinho do mundo mágico e passa a ser desacreditado. O ministro Cornelius Fudge (Robert Hardy) quase o expulsa de Hogwarts, Albus Dumbledore (Michael Gambon) o está evitando, a nova professora Dolores Umbridge (Imelda Staunton) o chama de mentiroso e, o que é pior, muitos de seus colegas também não acreditam em sua versão dos fatos. Ao mesmo tempo, Umbridge usa sua influência política para ganhar poder dentro da escola, isso sem contar os sonhos estranhos de Potter e suas dores na famosa cicatriz. Felizmente, uma esperança surge quando Potter e seus amigos criam um grupo para estudar magia defensiva e revidar a tirania crescente – pena que os problemas do garoto não se resumem à escola e Lord Voldemort (Ralph Fiennes) está a espreita.

Ao mesmo tempo e é considerado o livro favorito de muitos, Harry Potter and the Order of the Phoenix é constantemente apontado como um dos filmes mais fracos da série. Pessoalmente, não vejo muita razão. Certamente, ele é um dos menos divertidos, pois traz pouco humor e menos cenas de ação que os anteriores. Ao mesmo tempo, há mais espaço para os atores desenvolverem seus personagens e entregarem trabalhos mais interessantes. Ou seja, o filme entretém menos, mas é mais interessante. Mesmo que Daniel Radcliffe e Emma Watson decepcionem em alguns momentos, o elenco está afinado (Rupert Grint, aliás, prova que pode ir além do humor). Destaque para Gary Oldman, que consegue finalmente mostrar quem Sirius Black é. O único que não se encaixa bem nisso é Alan Rickman. Seu personagem, Severus Snape, pode até ter ganho mais tempo de tela, mas é mais complexo do que o que é mostrado (mas vamos esperar para ver isso ser resolvido nos últimos filmes).

Um detalhe que deve ser observado nessa mudança de tom é que a própria perspectiva da série teve uma alteração. Antes, havia o medo do retorno de Lord Voldemort. Nesse filme isso já não existe mais, restando aos personagens começar a elaborar uma resistência contra o vilão. Por isso, não acredito que seja válido colocar a culpa de alguma possível falha do filme no diretor ou no novo roteirista, Michael Goldenberg. Ele, aliás, fez um trabalho que dialoga bem com o apresentado por Steve Kloves (que roteirizou todos os demais filmes da série).

No filme, Harry Potter vive seu momento de adolescente incompreendido com ares de rebeldia, ganhando personalidade em relação aos filmes anteriores. Também é o filme em que acontece o seu primeiro beijo com Cho Chang (Katie Leung), mas quem se importa com isso, não é mesmo?

Harry Potter and the Order of the Phoenix é um filme sobre esperança. Nele é definido porque lutar ao invés de fugir, o que faz toda a diferença para o restante da história. Também são dadas informações importantes, que explicam dúvidas formuladas logo no início da série. Essas doses homeopáticas de respostas e de expansão do universo dos personagens, aliás, é um dos segredos do sucesso. É importante saber quanto contar, quando e como.


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