Divagações: A Christmas Carol

Eu sei que dizer isso está fora de moda, mas eu adoro o natal! Gosto de comprar presentes, de olhar as decorações, de sentir o cheiro das co...

Eu sei que dizer isso está fora de moda, mas eu adoro o natal! Gosto de comprar presentes, de olhar as decorações, de sentir o cheiro das comidas gostosas invadindo a casa, da expectativa... Sei que o significado real da festa anda esquecido, mas continuo achando o natal válido. É uma confraternização bonita, uma das poucas capazes de reunir a família.

É por isso que, apesar de todos os clichês, meu coração ainda balança um pouco com os filmes natalinos (a quantidade de listas sobre o assunto aqui no blog confirma). Assim, quando eu soube do lançamento de uma versão tecnológica de uma das histórias de natal mais tradicionais, não queria confessar, mas queria ver.

A Christmas Carol pode não ser uma animação da mais alta qualidade, pois funciona bem no cinema 3D, mas não agrada muito em outras mídias (ver em casa chega a ser triste). Mesmo assim, sou uma entusiasta da tecnologia que captura o movimento dos atores, dando novas possibilidades à atuação – e que Robert Zemeckis tanto adora. Jim Carrey, por exemplo, é um ator perfeito para experimentos desse tipo, uma vez que usa muito o corpo em seu trabalho. Não é sem razão que ele foi escalado para ser o protagonista desse filme.

Essa, aliás, é uma das adaptações mais fiéis a história original que eu já vi – embora eu esteja muito longe de ter visto todas as versões, claro. Não que o conto de Charles Dickens seja muito complexo, mas ele é cheio de pequenos detalhes (alguns realmente tocantes) que acabam sendo cortados em uma tentativa de deixar a coisa toda mais infantil. Coisa de gente que esqueceu como é ser criança. Sem contar que são nesses pequenos diálogos que mora a delicadeza e o real apelo da história, encantadora para todas as idades.

Para quem não conhece, A Christmas Carol conta a história do velho Scrooge (Jim Carrey). Ele é extremamente ranzinza e avarento, trata mal seu único funcionário, Cratchit (Gary Oldman), e qualquer um que venha falar sobre natal ou caridade é mal visto. O mal humor chega até seu sobrinho Fred (Colin Firth) que, apesar dos problemas financeiros, convida de boa vontade o tio para uma festa de natal. Então, na véspera de natal, Scrooge começa a ser assombrado pelo espírito do falecido sócio Marley (Gary Oldman de novo). De acordo com o fantasma, Scrooge ainda pode ser salvo, mas antes ele precisará receber a visita de outros três espíritos. O primeiro representa os natais do passado, o segundo mostra o natal presente e o terceiro revela os natais futuros (e todos são interpretados por Jim Carrey).

Ignorando essa maravilhosa economia de elenco, o filme se esforça em contar a história mostrando toda a tecnologia que conseguiu reunir. Voos, danças, cenários, tudo é muito impressionante, mas com data de validade. Em pouco tempo, esses efeitos ficam comuns e você vai cansando do filme. Ainda bem que A Christmas Carol não é longo, tendo apenas 98 minutos de duração.

De qualquer forma, é um bom filme para ver nessa época e relembrar o clima natalino. A moral da história é bonita e delicada, embora aproveitar dessa sensibilidade seja uma opção de quem vê. Se você quisesse, dava para esquecer tudo e só curtir os efeitos. Mas isso teria que ser feito no cinema. Sobrou apenas uma boa adaptação para quem curte o natal.

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