Divagações: Rango

Eu não sou a maior fã de Johnny Depp que existe no mundo, muito pelo contrário. Mesmo assim, o envolvimento dele com Rango já era o sufici...

Eu não sou a maior fã de Johnny Depp que existe no mundo, muito pelo contrário. Mesmo assim, o envolvimento dele com Rango já era o suficiente para eu considerar assistir ao filme, ainda que dublado em português. Até apareceram algumas sessões legendadas por Curitiba, mais do que eu esperava, confesso. Ainda assim, os horários estavam um pouco complicados. Ou seja, fui assistir dublado e garanto que não me arrependi.

O filme é uma animação com 107 minutos de duração, o que entra dentro dos padrões normais de Hollywood para filmes infantis. Não que esse seja necessariamente um filme infantil – não para crianças pequenas, pelo menos. Afinal, Rango é, basicamente, um western animado. Ao invés de um camaleão e outros animais estranhos, é perfeitamente possível imaginar pessoas naqueles papéis.

A história acompanha Rango (Johnny Depp), um camaleão atento às redes sociais e que também é um ator amador. Durante uma mudança, seu aquário cai do carro e ele é obrigado a se dirigir a um minúsculo vilarejo chamado Dust. Lá a vida é difícil e, em uma espécie de instinto de defesa, ele acaba assumindo o papel de uma lenda do oeste, um grande pistoleiro. Após narrar suas histórias, ele é nomeado xerife do lugar e sua primeira missão é ir em busca de água, já que ela parou de jorrar do cano que abastecia a vila (sim, um cano só).

Ao seu lado nessa aventura, estão diversos moradores da região. Cada um é um bicho mais estranho (e empoeirado) que o outro. O destaque especial vai para uma lagarta chamada Beans (Isla Fisher), problemática, dona de um rancho e grande defensora da terra que possui. Outros personagens que merecem destaque são a ratinha Priscilla (Abigail Breslin), a tartaruga que é o prefeito da cidade (Ned Beatty) e a terrível cobra cascavel Jake (Bill Nighy).

Claro que, se fosse um western filmado da maneira tradicional, o filme seria um pouco infantilizado, mas dá para o gasto. Ainda assim, Rango consegue tratar de um tema simples e comum para uma sociedade que cria a Hora do Planeta (a falta de água) de uma maneira que, mesmo não sendo super original, foge da eco-chatice. Além de ser uma forma bem válida de tratar o assunto, pois leva a questão para o lado econômico do bem-estar social (mas isso já seria divagar demais, certo?).

De qualquer forma, quando o filme termina você até perdoa o roteirista John Logan. Tudo bem que ele teve alguma dificuldade em transformar a história criada por ele e pelo diretor Gore Verbinski em um longa-metragem, causando uma leve enrolação lá pelo meio do filme que quebra um pouco o ritmo. Afinal, essa é a animação com as melhores texturas já vistas! Não falo apenas do camaleão (ele é o que menos impressiona), mas dos outros animais e, principalmente, do ser humano. Até então, todas as pessoas que apareciam em filmes de animação tinham peles lisas e caricatas demais. Em Toy Story, por exemplo, elas quase conseguem quebrar com a magia. Já em Rango, quando o Espírito do Oeste (Timothy Olyphant) surge na tela, a magia só aumenta – e quem gosta de cinema ainda leva uma boa surpresa de brinde!

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