Divagações: Scream 4

Sem dúvida, Scream 4 é uma viagem ao passado para os nostálgicos. Afinal, o primeiro filme da série foi gravado em 1996 – 15 anos atrás – ...

Sem dúvida, Scream 4 é uma viagem ao passado para os nostálgicos. Afinal, o primeiro filme da série foi gravado em 1996 – 15 anos atrás – e boa parte do elenco retornou para essa continuação. A trinca de atores originais – Neve Campbell, Courtney Cox e David Arquette – atualiza seus personagens de forma coerente. Já os novos atores reforçam bem o elenco: observe a quantidade de rostos conhecidos durante o filme. Dentre as principais novidades na franquia estão Emma Roberts (sobrinha de Julia Roberts), Rory Culkin (irmão de Macaulay Culkin), Marley Shelton (Grindhouse) e Hayden Panettiere (a eterna Claire da série televisiva Heroes), todos já conhecidos do público. Isso sem falar na dupla de policiais que não serve para nada. Também recebem destaque as pontas feitas por Kristen Bell e Anna Paquin.

O filme continua fazendo referências ao universo dos filmes, especialmente os de terror, chegando a mencionar que é a quinta parte de uma série a que tem uma máquina do tempo. No entanto, chega a ser possível dizer isso dessa quarta parte, pois ela retoma o clima criado na trilogia original. Dessa vez, Sidney Prescott (Neve Campbell) não é mais uma estudante e sim uma autora de livros de autoajuda. Ela retorna para Woodsboro em uma última parada na divulgação de seu livro e lá reencontra algumas pessoas de seu passado – incluindo Ghostface (Dane Farwell). Ou seja, todos estão novamente em perigo.

Ao trazer o filme para os dias atuais, surgem também novos recursos, todos exaustivamente abordados: Twitter, Facebook, smartphones e internet super-rápida. Estão todos lá. O diretor Wes Craven e o roteirista Kevin Williamson usam e abusam (até mesmo de maneira insistente) de novas tecnologias justamente para mostrar ao espectador que não estamos mais na década dos filmes anteriores. Ainda assim, a autorreferência é constante, tanto com relação a própria franquia, quanto a outros filmes de terror (antigos e recentes). Destaque para os primeiros dez minutos, quando somos bombardeados por situações surreais e surpreendentes.

Aliás, inicialmente chegamos a ter a impressão de se tratar de uma paródia, gênero também abundante no final da década de 1990 (vide Scary Movie e similares). O filme, porém, volta aos trilhos e acaba se mostrando um suspense razoável. Chega a ser possível dizer que Scream 4 é um dos melhores filmes da série, perdendo apenas para primeiro filme, que possuía o benefício da surpresa no lançamento. Não se pode negar que o filme surpreende e traz um desfecho interessante e coerente, inclusive apresentando boas “razões”: Eu matei praticamente todo o elenco porque...

De qualquer forma, não espere por um filme digno de um Oscar, mas por uma boa lembrança de um passado mais ou menos longínquo. Se você não gostou dos outros três filmes, não perca tempo. Mas se teve a obsessão adolescente de assistir até decorar as falas (e as mortes), você deve gostar do resultado de Scream 4. O filme presta a devida referência ao original sem estragá-lo, apenas acrescentando mais um capítulo interessante a essa série que conquistou uma geração de adolescentes – hoje adultos – que se maravilhavam (e pelo jeito, ainda se maravilham) com uma história cheia de sustos e humor negro.


Edição: Renata Bossle

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1 recados

  1. Realmente, Scream 4 é uma viagem no tempo, na época em que encenávamos todas as mortes utilizando recursos caseiros como o famoso xarope de groselha.

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