Divagações: Salt

O nome do filme é meio estranho (dizem que é uma referência a Strategic Arms Limitiation Talks, mas isso não vem ao caso) e nós já cansamos ...

O nome do filme é meio estranho (dizem que é uma referência a Strategic Arms Limitiation Talks, mas isso não vem ao caso) e nós já cansamos de ver Angelina Jolie como uma heroína de ação. Assim, não é à toa que, em um primeiro momento – Salt tenha chamado pouca atenção – e isso durou até, pelo menos, o lançamento do filme. De repente, as pessoas estavam comentando “olha, não é que é bom”. Nem preciso dizer que bateu a vontade de ir conferir, mas que ela, ainda assim, não era tão grande.

A história não é exatamente complexa. Evelyn Salt (Angelina Jolie) é uma agente da CIA especialista em bombas e casada com um biólogo pesquisador de insetos (August Diehl) que ela conheceu durante uma missão (e que acabou salvando sua vida). Ela segue sua rotina normalmente ao lado do amigo e colega Ted Winter (Liev Schreiber) até que um ex-agente soviético chamado Orlov (Daniel Olbrychski) resolve abrir a boca sobre um projeto que envolve crianças educadas para perigosas missões prestes a ser colocadas em prática. A primeira dessas missões seria o assassinato do atual presidente russo pela própria Evelyn Salt. Acuada e preocupada com o marido, ela foge dos próprios colegas que se voltam contra ela. O detalhe é que as atitudes da agente nunca deixam exatamente claro de qual lado ela está. E, afinal, onde esse marido dela se meteu?

Só por essa breve sinopse dá para perceber que o filme é cheio de explosões e correrias. Confesso que eu não costumo ter paciência para filmes puramente de ação e consegui assistir Salt até o final sem reclamar. Linda (tanto loira quanto morena), inteligente e cheia de atitude, Angelina Jolie pisa com classe em cima de muitos protagonistas masculinos de ação. Tudo bem que ela tira o salto fino e vai descalça mesmo, mas isso é culpa dessa tendência atual de deixar os filmes do gênero um pouco mais “realistas”. Obrigada, Jason Bourne!

Embora seja bastante divertido e uma das melhores coisas no gênero em um bom tempo, Salt ainda é um grande apanhado de clichês. A protagonista fria, solitária, bonita, dona de um raciocínio muito veloz e capaz de não revelar seus planos até o último instante é um caso típico, que precisa ser visto e tratado como tal. Claro que as reviravoltas do roteiro ajudam a manter a atenção e o apelo da personagem, mantendo todo o mistério que a cerca. Quando você acha que sabe a resposta tudo muda de novo e fica ainda mais divertido. Até parece coisa de videogame (e, obviamente, o filme foi acompanhado por um).

Ao final, se você entrou no clima, os clichês nem incomodam tanto e a questão que fica é: como eles vão acabar com esse emaranhado? Vou contar a resposta tentando não estragar a surpresa. A questão é que o roteiro simplesmente não resolve a situação em que meteu sua protagonista. Tadinha. Ela teria que esperar pelo resultado das bilheterias, da recepção do jogo e das vendas do DVD para enfrentar uma continuação cheia de deixas – e com uma parte relevante do mistério explicado. Como tudo correu bem, resta preparar um novo roteiro e começar a produzir, embora o diretor Phillip Noyce alegue não ter nem um pouco de pressa.

RELACIONADOS

3 recados

  1. O final é bem sacana! rs
    Estou torcendo por uma futura continuação, simpatizei bastante com Salt xD

    ResponderExcluir
  2. Vamos torcer! Esse é um dos poucos filmes que realmente merecem uma continuação.

    ResponderExcluir
  3. Oba!
    Fiquei com vontade de assistir!
    Rega malandrinha =P

    ResponderExcluir