Divagações: Kung Fu Panda 2

Voltamos a 2008. Kung Fu Panda foi uma agradável surpresa. Uma animação estrelada por Jack Black e com um elenco cheio de estrelas dividin...

Voltamos a 2008. Kung Fu Panda foi uma agradável surpresa. Uma animação estrelada por Jack Black e com um elenco cheio de estrelas dividindo espaço de maneira praticamente harmônica. Passado na China, o filme aproveitou toda a arquitetura e a arte local que pode para fazer algo diferente do que esteva aparecendo nas animações. Afinal, ninguém mais aguentava os modismos de formigas, peixes ou bichos da floresta – cada vez que uma nova ideia era lançada, abria-se a porteira para uma infinidade de imitações. Simplesmente seguir as tendências não estava mais pegando bem.

O filme, infelizmente, não era dono de um roteiro brilhante e emocionante, mas sabia divertir e contava com boas piadas, o que já é um grande mérito e, quando apoiado por uma bilheteria, garante uma continuação. Assim, Kung Fu Panda 2 chegou aos cinemas três anos depois de seu antecessor. Graças ao DVD e ao Blu-Ray, o público infantil já ansiava por mais uma aventura do personagem rechonchudo e trapalhão.

Dessa vez, o panda Po (Jack Black) está mais confiante em seu papel como lutador de kung fu e defensor da ordem pública. Seu grande desafio está em colocar em ordem os sentimentos, uma vez que descobriu que seu pai, o ganso Mr. Ping (James Hong) na verdade o adotou. Essa crise familiar é intensificada pela presença de um novo vilão, o pavão Shen (Gary Oldman). Quando jovem, uma profetisa havia previsto sua queda nas mãos de um guerreiro branco e preto, fazendo com que ele se armasse até os dentes a espera dessa luta. Com seu poderoso equipamento, Shen conseguiu retomar o poder no reino de seus pais, até então mantido pelos guardiões Master Ox (Dennis Haysbert) e Master Croc (Jean-Claude Van Damme).

Todo esse novo contexto, no entanto, não chega a excluir a importância dos companheiros de Po, que mantiveram suas dublagens célebres: Crane (David Cross), Tigress (Angelina Jolie), Monkey (Jackie Chan), Mantis (Seth Rogen) e Viper (Lucy Liu). Na verdade, apenas Tigress tem um pouco mais de destaque na história, pois a amizade entre ela e Po parece ser a mais frágil do grupo. A propósito, não posso comentar a dublagem original, pois a cópia do filme que vi era dublada. Ainda assim, o trabalho nacional, encabeçado por Lúcio Mauro Filho, é bastante competente.

De qualquer modo, contando uma aventura completamente independente do filme anterior e mantendo o carisma dos personagens que mais deram certo, Kung Fu Panda 2 alcança seu objetivo maior de divertir as crianças menores sem chatear os demais (que até encontram boas oportunidades para rir durante o filme). Além disso, o filme consegue manter a qualidade de animação, que continua competente. Nas cenas de chuva, aliás, todos os personagens peludos parecem bichos de pelúcia molhados (você pode decidir por si mesmo se isso é bom ou ruim, mas eu achei fofo). Esse capricho é complementado por algumas sequências em 2D muito bonitas que mostram o passado do protagonista.

O filme é sendo uma boa opção para se assistir com crianças pequenas ou em tardes chuvosas e preguiçosas (espere o DVD para isso). Mas é claro que, só para variar, o primeiro continua melhor.

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