Divagações: Snow White and the Huntsman

Existem coisas que dão apelo a um filme. Um visual interessante, efeitos especiais, um elenco em ascensão ou já muito bem consolidado, fa...

Existem coisas que dão apelo a um filme. Um visual interessante, efeitos especiais, um elenco em ascensão ou já muito bem consolidado, fazer parte alguma moda, ser um pouco fora do esperado (mas não tanto assim). Enfim, se fosse para fazer um checklist completo, Snow White and the Huntsman conseguiria pontuar em muitas categorias.

Eu diria que isso é até bom quando se trata de uma obra baseada em algo que as pessoas conhecem tão bem, mas que ainda assim quer despertar curiosidade. No entanto, é preciso considerar que ter muitos elementos que levam em direção ao sucesso não necessariamente significa que o filme é melhor (ou que ele vai mesmo ser um sucesso, mas isso não entra em questão nesse caso).

Snow White and the Huntsman, obviamente, tem seus méritos. Ele consegue unir uma estética suja com um conto de fadas, mantendo o ar moderno sem trair a essência de seus personagens. Agradando aqui e ali com boas sacadas, referências bem colocadas e efeitos especiais eficientes. Assim, a ideia de colocar um elemento (relevante) a mais na história tem seus pontos positivos e negativos.

Nessa versão da clássica história, Snow White (Kristen Stewart) é a jovem princesa que fica órfã ainda criança e acaba aprisionada em uma torre pela madrasta má, a rainha Ravenna (Charlize Theron). A bela rainha tem poderes mágicos e fala com um espelho que garante que Snow White pode dar a ela a juventude eterna. A jovem, no entanto, aproveita a oportunidade de sair da torre e foge para a floresta. Nesse lugar escuro e sombrio, apenas um homem poderia encontrá-la, um caçador bêbado e decadente (Chris Hemsworth). Acompanhado pelo irmão da rainha (Sam Spruell), ele parte em busca da jovem.

A partir desse ponto, a magia começa a se tornar mais presente na história, o que faz o dinheiro do seu ingresso inesperadamente valer a pena (lembrando que eu fui a uma sessão promocional). Além disso, as perseguições que se seguem em pouco tempo incluem também William (Sam Claflin), amigo de infância da princesa, e um time de oito anões.

Os admiradores da personagem (!) que tem a cabeça aberta para coisas novas provavelmente devem gostar de vê-la mais heroica e determinada. A adaptação funciona e diverte, pois a maneira como tudo se encaixa é muito bem planejada e não interfere nas percepções que o espectador já possuía dos personagens, o que coloca esse filme bem a frente de Mirror Mirror, por exemplo. Mesmo assim, as motivações são fracas, os personagens não são interessantes e há uma enorme quantidade de cenas gratuitas (destaque para o banho de leite de Charlize Theron, que é bem legal, mas nem um pouco conectado com a história).

Valendo mais como espetáculo visual teen do que qualquer outra coisa, Snow White and the Huntsman traz uma inesperada visão ambientalista e coloca muito mais magia na tela do que se poderia esperar. O filme tem uma história bem encaixada e consegue atrair seu público com louvor. Por mais que tenha seus exageros, diverte e traz a tão esperada cena da maçã – sim, ela é essencial a dá todo um clima para o final.

RELACIONADOS

0 recados