Divagações: Dragon Ball Z - Battle of Gods

Como quase todo garoto nascido no fim dos anos 1980 ou nos anos 1990, eu cresci vendo as aventuras de Son Goku na televisão. Acompanhei ...

Como quase todo garoto nascido no fim dos anos 1980 ou nos anos 1990, eu cresci vendo as aventuras de Son Goku na televisão. Acompanhei a saga daquele pequeno garoto com rabo de macaco enquanto ele se tornava um adulto, formava família e enfrentava as mais diversas ameaças que colocavam a Terra em perigo. Assim, não é exagero dizer que junto com outros desenhos da época, Dragon Ball Z foi uma das minhas grandes portas de entrada para a animação japonesa.

Se encontrando cronologicamente em algum momento após o fim da serie principal, Dragon Ball Z: Battle of Gods, começa com a notícia de que Bills (Kôichi Yamadera/Marcelo Pissardini), um poderoso deus da destruição, acordou de seu sono secular e agora procura um ‘deus super saiyajin’, que apareceu em seus sonhos. Isso o leva até Goku (Masako Nozawa/Wendel Bezerra), que treinava em outro planeta. Contudo, Bills ruma para a Terra, onde todos os guerreiros Z comemoravam o aniversário de Bulma (Hiromi Tsuru/Tânia Gaidarji). Agora, com o planeta em risco, cabe a Goku, Vegeta (Ryô Horikawa/Alfredo Rolo) e seus amigos descobrirem o segredo desse suposto deus para evitarem a destruição do mundo.

Tal como é esperado, o filme apela para a nostalgia de quem assiste, sendo o seu parco enredo apenas uma desculpa para rever o grande elenco de personagens, dos mais famosos até os esquecidos companheiros e antagonistas. Porém, não é como se a história costumasse ser um dos pontos mais fortes da franquia e o roteiro, apesar de simples, contorna bem as suas limitações, conseguindo trazer de volta aquele balanço entre comedia e ação que sempre foi a marca da série.

Em termos mais técnicos, Dragon Ball Z: Battle of Gods decepciona, apresentando uma animação mediana, uma colorização destoante do estilo do seriado televisivo e um uso medíocre de elementos gerados por computador, ficando bem abaixo da qualidade da maioria dos longas-metragens de animação que conseguem sair do Japão. Apesar disso, as tão esperadas cenas de luta conseguem convencer, sendo o confronto final empolgante o suficiente para agradar aos fãs mais exigentes.

Assim, o resultado final acaba não sendo prejudicado por todos estes problemas, sendo que nem mesmo os óbvios defeitos impedem que esta seja uma interessante homenagem para uma franquia que ainda tem muita força pelo mundo afora. A própria conclusão, além de evitar o resultado previsível, consegue abrir diversas possibilidades de história, podendo servir muito bem como ponto de partida para um novo capítulo da série.

A propósito, palmas para a louvável iniciativa da Diamante Filmes em não apenas trazer este filme para o Brasil, mas em juntar praticamente todo o elenco de vozes da série original. Isso demonstra uma grande preocupação com o mercado nacional e casa muito bem com o clima de celebração da obra. Foi uma grata surpresa, levando em conta o nível medíocre das dublagens nacionais dos últimos tempos.

Sem inovar muito, Dragon Ball Z: Battle of Gods serve para matar a saudade de quem já gostava das aventuras de Goku, sendo exatamente o tipo de filme direcionado aos fãs de longa data, mas que não acrescenta nada para aqueles sem conhecimento da franquia. Se você faz parte do primeiro grupo, esse é um filme que vale a pena ser visto, quer seja pela nostalgia, pela boa dublagem, quanto para apoiar novas incursões desse tipo de obra no mercado nacional.


Texto: Vinicius Ricardo Tomal
Edição: Renata Bossle

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