Divagações: The Matrix

Antes de qualquer coisa, preciso confessar que The Matrix fez parte da minha pré-adolescência de uma forma intensa. Foram ótimos momento...

Antes de qualquer coisa, preciso confessar que The Matrix fez parte da minha pré-adolescência de uma forma intensa. Foram ótimos momentos ao lado de pessoas muito legais. Todos nós adorávamos o filme, tínhamos diversas teorias, ouvíamos a trilha sonora relembrando as cenas e alguns até queriam um sobretudo preto para usar com óculos escuros. As continuações, para mim, foram como uma iniciação no mundo das filas gigantescas de cinema, pré-estreias e contato com fãs. Se não fosse por esse filme, talvez esse blog não existisse. Simples assim.

A trajetória de Neo (Keanu Reeves) é cheia de momentos que eu trago com carinho. Mesmo após ter ficado vários anos sem rever o filme, eu me senti apta a esclarecer dúvidas de amigos – e gostaria que essa produção chegasse a uma nova geração que não conferiu isso nos cinemas (por mais que eu ainda precise de um pouco de coragem para rever as continuações).

Ao filme! Neo é um hacker que descobriu sobre a existência da Matrix, mas ele ainda não sabe o que ela realmente é. Contudo, isso é o suficiente para colocar em seu encalço tanto estranhos oficiais que parecem ser do governo, liderados pelo Agent Smith (Hugo Weaving), quanto um grupo de hackers/terroristas procurados e que são comandados por Morpheus (Laurence Fishburne). Em parte devido à presença de Trinity (Carrie-Anne Moss), Neo faz sua escolha e espera receber respostas em troca, mas a verdade é mais incrível do que ele poderia inicialmente supor.

Não vou contar muito mais em prol dos desavisados, embora acredite que esse ‘segredo’ já seja de conhecimento geral. De qualquer forma, é divertido acompanhar os diálogos enigmáticos que tentam não revelar nada antes do momento certo. Aliás, o texto de The Matrix pode parecer um pouco absurdo atualmente, mas o objetivo era ser o mais cool possível na época (e ele foi atingido). Ainda assim, eu me questiono como reagiria um público mais novo, que teve pouco ou nenhum contato anterior com esse material.

Por mais que seja impossível deixar de pensar nos buracos de roteiro deixados por Andy e Lana Wachowski, que também assinam a direção, The Matrix ainda funciona muito bem. O filme é inegavelmente uma colagem de boas ideias com um punhado de referências pop, o que estava bem em voga na época. Além disso, o ritmo é interessante, com cenas de ação sendo intercaladas por diálogos – cada luta tem um momento visualmente impactante de destaque e cada diálogo acrescenta um novo mistério.

Obviamente, não posso deixar de mencionar os efeitos visuais (que renderam um dos quatro Oscars da produção). Em pouco tempo, o bullet time começou a ser explorado a torto e a direito e muitas das cenas foram imitadas à exaustão. Mesmo assim, o pioneirismo dá ao filme um aspecto único e, por mais que nem tudo funcione à perfeição, o conjunto é coeso. Com isso, quero dizer que, embora o filme tenha envelhecido, ele ainda mantém sua identidade como uma produção inovadora.

Mais de 15 anos após sua estreia, The Matrix ainda é um filme sem um substituto. Nenhuma produção que o seguiu foi tão cheia de estilo nem atingiu tanta gente. Os nerds saíram das sombras para ver animações baseadas nesse universo, lotaram salas de cinema e discutiram cada mínimo detalhe. As expectativas geradas foram enormes e mostraram que ainda existem mentes criativas fazendo filmes com conteúdo original. Quero mais!

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