Divagações: Magic Mike XXL

Enquanto o movimento feminista ganha relevância na mídia, lutando por igualdade de direitos e o fim da objetificação da mulher, Channing ...

Enquanto o movimento feminista ganha relevância na mídia, lutando por igualdade de direitos e o fim da objetificação da mulher, Channing Tatum resolveu falar em algo diferente: a igualdade nas oportunidades de objetificação. Parece maluquice, mas não deixa de fazer certo sentido (ao menos para mim, que sou leiga no assunto). Afinal, tratar o sexo como entretenimento é algo comum na sociedade atual e, bom, todos deveriam ter as mesmas chances de se divertir. Certo?

Não que Magic Mike XXL esteja muito preocupado em defender uma causa. O filme se aproveita descaradamente do físico de seu elenco masculino para arrancar dinheiro de qualquer um interessado em ver danças sensuais, roupas íntimas constrangedoras e abdomens sarados. Aparentemente, existe uma ‘missão’ de fazer as mulheres felizes, mas acho que ninguém acredita realmente nisso. É uma desculpa para que o filme tenha diálogos.

Aliás, que diálogos! Com roteiro de Reid Carolin (também responsável pelo filme anterior), a produção consegue ser absolutamente constrangedora para todos os atores – e alguns personagens, como Zoe (Amber Heard Depp), mal conseguem disfarçar. Para quem assiste, fica o efeito cômico.

A trama começa mostrando que as coisas não vão exatamente bem para o ex-stripper e agora designer de móveis Mike (Channing Tatum). Com saudades do antigo trabalho, ele acaba topando um convite de Tarzan (Kevin Nash), Richie (Joe Manganiello), Ken (Matt Bomer), Tito (Adam Rodriguez) e companhia para uma última apresentação, que será realizada em uma gigantesca convenção de strippers. Ao longo do caminho, eles conversam sobre possibilidades de novas carreiras e recebem a companhia de personagens como a ricaça Nancy Davidson (Andie MacDowell), a poderosa Rome (Jada Pinkett Smith) e o stripper-rapper Andre (Donald Glover).

Disfarçado de road movie, Magic Mike XXL não se preocupa muito com a história ou com as motivações dos personagens, concentrando-se apenas em atritos de personalidades e em mostrar novidades. O detalhe é que isso também implica que apenas uma apresentação real será mostrada, de modo que é preciso arranjar todo o tipo de desculpa para fazer os atores rebolarem para as câmeras. Como consequência, há cenas muito engraçadas, mas é também criada uma grande expectativa com relação a tal grande convenção, o que não é exatamente bom (convenhamos que apenas Channing Tatum sabe realmente dançar).

De qualquer forma, quem buscar por uma diversão completamente descompromissada pode até gostar mais desse filme que de seu antecessor. Focado na comédia e sem muita preocupação em aprofundar os temas ou os papéis, o longa-metragem não nega em nenhum momento seu real objetivo e se entrega a seus próprios clichês.

Acredito que Magic Mike XXL se auto-definiria como o filme ideal para um grupo de amigas que está precisando de boas risadas. A trilha sonora é divertida, o roteiro é esquecível e os moços são bonitos. Objetificados? Também. Vazios? Provavelmente. Mas quem realmente se importa com essas coisas não lota as salas de cinema, não é verdade?

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