Divagações: She's the Man

O filme é bobo, Amanda Bynes não representa mais o espírito da estrela teen e, bom, ninguém parece lembrar que She's the Man foi ra...

O filme é bobo, Amanda Bynes não representa mais o espírito da estrela teen e, bom, ninguém parece lembrar que She's the Man foi razoavelmente popular no seu tempo. O pior é que, pensando bem, a produção nem é tão antiga assim, tendo sido lançada em 2006 – ou talvez eu esteja ficando velha.

De qualquer modo, a história é bastante clichê. Viola (Amanda Bynes) é uma menina que valoriza muito mais jogar futebol que arrumar um belo vestido para seu baile de debutante. Contudo, sua escola simplesmente cortou as verbas do time e seu próprio namorado, Justin (Robert Hoffman), negou participação feminina no time dos garotos.

Indignada com a situação, ela decide provar para todos que é capaz de jogar tão bem quanto qualquer garoto. Isso envolve se passar por seu irmão-gêmeo, Sebastian (James Kirk), durante as duas primeiras semanas de aula dele em um novo colégio, período que envolve ser escalada para o time e participar da primeira partida que, coincidentemente, é contra o time masculino de sua própria escola.

Durante esse período, obviamente, as atenções se dividem entre treinar futebol, comportar-se como um garoto, ganhar o respeito dos colegas, distrair sua mãe (Julie Hagerty), desviar da namorada do irmão (Alexandra Breckenridge), tentar lidar com a atenção das meninas (Laura Ramsey e Emily Perkins) e fingir que não está se apaixonando pelo colega de quarto (Channing Tatum). Assim, ao mesmo tempo em que há muitas expectativas de gênero se transformando em piadas, o filme também brinca em se contradizer – como quando a própria protagonista tem sua atenção chamada por falar de garotas como se elas fossem um pedaço de carne.

She's the Man não é um grande exemplo de filme feminista, mas uma comédia que, de certa forma, reforça estereótipos. Desde o primeiro momento fica claro que a menina vai se apaixonar pelo bonitão, a ‘feiosa’ da escola é constantemente rejeitada, a protagonista vai ficar ‘feminina’ para o baile, entre outras coisas. Ainda assim, o filme instiga o questionamento. É possível ser diferente, quebrar expectativas, ser mais forte – e, ainda assim, sentir nojinho de animais dissecados no laboratório. O que eu quero dizer com isso é que não se trata de uma obra perfeita, mas de um início válido de conversa.

Por mais que o filme seja pouco lembrado atualmente, ele não deixa de ser um bom entretenimento aqui no Brasil – afinal, apenas para citar outro clichê, estamos no país do futebol. Além disso, quem quiser uma bela desculpa para um entretenimento sem culpa sempre pode dizer que se trata de uma adaptação de uma obra de William Shakespeare (clique aqui para pegar algumas das referências à peça original que estão espalhadas pelo filme).

Talvez She's the Man não passe de um prazer culposo para quem acompanhou um pouco da carreira de Amanda Bynes (algo que o filme já representava para mim na época de seu lançamento). Contudo, o filme não deixa de ser uma bobagem adolescente razoavelmente inofensiva... Ou não, já que Channing Tatum tinha 26 anos e, definitivamente, seu físico não é de um adolescente do Ensino Médio. Mas cada um pode procurar a diversão que desejar!

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