Divagações: Bride & Prejudice

Uma das principais vantagens em assinar um serviço de streaming é ter acesso a conteúdos que você nunca imaginou que existiam. Com isso q...

Uma das principais vantagens em assinar um serviço de streaming é ter acesso a conteúdos que você nunca imaginou que existiam. Com isso quero me referir a filmes e séries que estão fora do seu circuito usual de distribuição e que não aparecem nos veículos que acompanha – isso que eu tento ler o máximo possível sobre cinema.

A curiosidade com relação ao diferente acabou me levando a Bride & Prejudice, uma produção da Índia realizada com parcerias nos Estados Unidos e no Reino Unido. Obviamente, esse não é um filme indiano ‘puro’, sendo o que se poderia chamar de ‘produto para exportação’. Ainda assim, ele é curioso o suficiente para abrir as portas de muitos em direção a Bollywood.

A história é baseada no conhecido livro de Jane Austen, adaptando os nomes de forma que eles ainda sejam reconhecíveis para os fãs do original, além de alterar as situações para que elas se encaixem em um novo contexto. Afinal, a trama agora se passa na Índia dos dias atuais, com direito a críticas aos casamentos arranjados, aos desrespeitos culturais e até ao capitalismo.

Lalita Bakshi (Aishwarya Rai Bachchan) é uma moça que sempre fala o que pensa. Ela valoriza o livre pensamento, mas não deixa de ser tão romântica quanto sua irmã mais velha, Jaya (Namrata Shirodkar). Um dia, chega à cidade um rapaz rico e simpático chamado Balraj (Naveen Andrews), que parece se interessar por Jaya. No entanto, ele está acompanhado por uma irmã de nariz empinado, Kiran (Indira Varma), e por um amigo estrangeiro que quer apenas comprar um hotel, William Darcy (Martin Henderson).

Lalita não demora a implicar com Darcy, já que ele – no alto de sua riqueza – parece se recusar a enxergar a verdade sobre a Índia. Ao mesmo tempo, ela começa a dedicar uma atenção especial a Johnny Wickham (Daniel Gillies), um mochileiro que conheceu Darcy em sua juventude. Antes que perceba, ela acaba envolvida em uma história rodeada de ressentimentos.

Com algumas músicas divertidas, Bride & Prejudice tinha potencial para ser um filme bem mais musical e grudento. Ainda assim, as coreografias e as letras são bem aproveitadas no decorrer da narrativa. Quem queria um gostinho de Bollywood deve ficar feliz, mas eu suponho que não agrade aqueles que preferiam um copo cheio.

Infelizmente, o texto perde um pouco na adaptação e muito do impacto da obra original acaba sumindo. Mesmo assim, são encontradas boas soluções. Dirigida por Gurinder Chadha, a produção consegue contar sua história sem ofender ninguém e aproveitando para dar uma mensagem – ainda que bem inocente – de valorização da cultura indiana.

O principal problema de Bride & Prejudice está no amadorismo do elenco, especialmente o casal principal. Por mais que haja um esforço, eles perdem muito em comparação com outras encarnações dos mesmos personagens – embora eu seja um pouco suspeita para falar, já que sou grande admiradora da série da BBC de 1995. A propósito, vale atentar para a participação de Alexis Bledel como Georgina Darcy.

De qualquer modo, esse é um filme leve e absolutamente divertido. Para quem ainda não conhece as histórias de Jane Austen, inclusive, pode representar uma boa opção de porta de entrada. E, claro, parabenizo aqueles que tentarem aprender as coreografias!

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